Por
que não? Eu sempre sabia que cada ano se realiza um curso de verão de português
na Universidade de Macau mas nunca considerei inscrever-me nisso porque não
tinha nem dinheiro nem tempo. Porém, agora que tenho os dois, já não há nenhuma
razão para não ir. Além disso, eu vou dar mais motivos mas acho melhor
presentar primeiro a minha historia de português.
Nunca
tinha aulas de português. Embora ser uma das línguas oferecidas na universidade,
o português não foi a língua estrangeira que escolhei. Essa língua foi o
espanhol, o qual estudei por um ano mais ou menos. O meu primeiro encontro com
a língua de Camões aconteceu no escritório. Um pouco farto com a indiferença
dos alunos na universidade os quais frequentavam cursos de língua não por gostar
de fazê-lo mas por completar um requisito, optei por fazer alguma coisa que
seria indispensável para aperfeiçoar o meu conhecimento da língua de Cervantes:
trabalhar num call center. Não sabia nessa altura que ao fazer isso, não só
aperfeiçoaria o meu espanhol, mas também conheceria outra língua tão parecida mas
no mêsmo tempo tão diferente!
Tínhamos
mais ou menos cinco colegas do Brasil e ouví-los falar todos os dias em
português (In an Ocean Full of Portuguese Motor Mouths) ajudou muito para eu acostumar-me ao sotaque
brasileiro. Em dois ou três mêses já atendia telefones em português, embora
acho que a língua que falava não fosse português, senão portunhol. É exactamente
por isso que decidi frequentar este curso, para dar-me uma oportunidade de
aprender falar português em vez do portunhol, e poder distinguir melhor entre o
português de portugal e o português de brasil.
Eu
queria frequentar um curso de verão em Europa. Um curso de verão em Portugal,
em particular em Coimbra, é relativamente mais barato do que os outros em
Europa, contudo o custo da viagem sempre será um obstáculo para mim porque eu
venho da Ásia. Por isso, estou aqui em Macau, não porque não tenha outra opção,
senão porque Macau, na minha opinião, é uma cidade muito interessante onde
aprender esta língua. Aqui se pode ver português escrito em quase todos os
lugares mas quase não ouvido em nenhum. Apesar disto, eu acho que permanece
como um dos mais importantes legados do ocidente neste lado do mundo.
Outra
coisa considerada foi o custo. Não é tão caro vir aqui das Filipinas, e ficando
só a duas horas do meu pais de origem, não será tão difícil voltar lá. Além
disso, a propina mêsma que custou-me mais ou menos 400 euros já inclui tudo:
três comidas por dia por mês, o dormitório (compartilhado com outro aluno), e o
pagamento para o curso mesmo. Agora é a minha terceira vez aqui em Macau e
posso dizer francamente que não dará 400 euros por mês para morar
confortavelmente aqui a menos que trabalhe no mesmo tempo.
A
propósito, eu sei que ainda escrevo com um misto de português europeu,
português brasileiro, e talvez espanhol. Por isso vou intentar escrever todos
os dias, não só para melhorar, más também porque há uma prova no fim do curso.
Amanhã vou falar sobre o processo de inscrever-me aqui e a minha chegada a
Macau, nesta altura não como turista, senão como estudante.
Read In English
Why
not? I have always known that a summer Portuguese course takes place at the
University of Macau every year, but I never really considered enrolling in it
because I had neither money nor time. But now that I have both, there is no longer
a reason not to go. Aside from that, I am going to give other reasons, but I think
it would be better to share my Portuguese story first.
I
never attended Portuguese classes. Although it was one of the languages offered
in university, Portuguese was not the foreign language that I chose. That
language was Spanish, which I studied for a year more or less. My first encounter
with the Camões’ language occurred in the office. A bit tired of the
indifference of university students attending language courses not because they
wanted to but because they had to, I opted to do something that would be indispensable
for the improvement of my knowledge of Cervantes’ language: work in a call
center. I did not know then that in doing so, I would not just improve my
Spanish, but also get to know another language that is so similar but at the
same time so different!
We
had more or less five colleagues from Brazil and hearing them speak Portuguese
everyday (In an Ocean Full of Portuguese Motor Mouths) helped me get used to the Brazilian accent. In two or three
months I was already answering phones in Portuguese, although I think that the
language I was speaking was not really Portuguese, but rather Portunhol. It is
for that very reason that I have decided to attend this summer course, to give
me the opportunity to learn how to speak Portuguese instead of Portunhol, and
to be able to better distinguish European Portuguese and Brazilian Portuguese.
I
wanted to attend a summer course in Europe. A summer course in Portugal, in
particular in Coimbra, is relatively cheaper than others in Europe, but the
cost of travel would always be an obstacle for me because I come from Asia.
Because of that, I am in Macau, not because I do not have a choice, but because
Macau, in my opinion, is a very interesting city for learning Portuguese. Here
you can see Portuguese written almost everywhere, but almost never heard
anywhere. Despite this, I believe that it remains to be one of the most
important legacies left by the West on this side of the world.
Another
thing considered was the cost. It is not as expensive to come here from the
Philippines, and being just two hours away from my country of origin, it would
not be that difficult to go back there. Aside from that, the fee, which cost me
more or less 400 Euros, already includes everything: three daily meals for a
month, dormitory (shared with another student), and the tuition for the course
itself. This is my third time in Macau, and I can say frankly that 400 Euros a
month would not do to live comfortably here unless you work at the same time.
By
the way, I know that I still write with a mix of European Portuguese, Brazilian
Portuguese, and perhaps Spanish. For that, I will try to write daily, not just for
improvement, but also because there is an exam at the end of the course.
Tomorrow I am going to talk about the process of registering for the course, as
well as my arrival in Macau, this time not as a tourist, but as a student.
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