“Você
fala português?” Eu sabia que o taxista não o falava. Talvez mandarim
ou cantonês mas português? Não, não o fala, e isso é a ironia que é Macau. Acho
que formava parte da província de Guangdong antes da chegada dos portugueses,
assim a língua que domina é a língua local do povo. Agora se fala também mandarim
devido à gran influência da China continental desde que recomeçou o controle das
ilhas. Então, por que fazer tão pergunta se já sabia a resposta? Nada,
talvez quisesse acreditar o contrário. Depois de tudo, estou aqui para aprender
português, né? Não obstante, isto não é Lisboa. Com o meu mandarim básico,
consegui fazer compreender ao taxista onde é que gostava de ir.
Acabei
por falar tagalo com o guarda da universidade. Eu perguntei-lhe se falava
mandarim e respondou que sim, mas ao ver o nome na sua carteira de identidade,
com certeza soube que era filipino. Ele dirigiu-me ao prédio do East Asia Hall
onde moram os estudantes não Macaenses. O meu nome não estava na lista mas o
guarda lá designou-me um quarto compratilhado com um coreano. Não sabia o que ía
acontecer logo. No dia seguinte descobriria que os outros alunos também nem tínham
idea do que fazer.
A
decisão de inscrever-me neste curso foi uma coisa espontânea. Eu deixei o meu
trabalho em maio para viajar. Ganhei uma bolsa de estudos para aprender
mandarin em China a partir de setembro. Tenho muito tempo livre até esse mês, e
por alguma razão viajar sem repouso pouco a pouco se tornava bem cansativo. Ao
ver na página de web da Universidade de Macau que o prazo do registro para o
curso de verão ainda não acabou, optei por inscrever-me. Espontâneo sim era, mas
difícil, acho que não. Com o barato que era, não tinha de convencer-me.
Para
participar no curso, era necessário entregar os documentos requisitos ou por correio
ou por email. Eu enviei os meus por email: cópia do meu passaporte, ficha de
inscrição. Acho que não havía outro mais. A metade da propina deve
ser entregue por transferência. O resto é pago durante os três primeiros dias
do curso. Ao fazer isso, não recebi mais nenhuma novidade até eu chegar aqui. É
um pouco estranho mas receberemos uma boa explicação no primer dia das aulas.
Como
os filipinos não precisamos dum visto para permancer em Macau por um mês, eu
fui com nada mais que uma mochila e alguns livros. Mesmo que já seja a minha
terceira vez, é na verdade a primeira que entrei na cidade pelo aeroporto.
Antes sempre vinha em ferry.
Depois
de assinar todos os documentos na entrada do dormitório, cheguei finalmente ao
quarto onde encontrei três coreanos, com um dos quais compartilharia a
habitação por um mês inteiro. Cansado, deito na cama pensando. Bom, vim aqui
para aprender português mas até agora não consegui conversar com alguem nesta
língua. Logo,
o coreano saiu do quarto-de-banho. “Chamo-me Theo.” Português, emfim!
Read In English
“Do
you speak Portuguese?” I knew that the taxi driver could not. Perhaps Mandarin
or Cantonese, but Portuguese? No, he does not speak it, and that is the irony
that is Macau. I think it was part of the province of Guangdong before the
Portuguese came, and so the dominant language is the vernacular of the local
populace. Now Mandarin is also widely spoken because of the huge influence of
mainland China since it resumed control of the islands. So, why ask such a
question when I already know the answer? Nothing, perhaps I just wanted to
believe the contrary. After all, I am here to learn Portuguese, right?
Nevertheless, this is not Lisbon. With my basic Mandarin I managed to make the
taxi driver comprehend where it was that I wanted to go.
I
ended up speaking in Tagalog with the university guard. I asked him if he spoke
Mandarin and he replied with a yes, but upon seeing the name on his ID, it
became certain that he was Filipino. He directed me to the East Asia Hall
building where the non-Macanese students reside. My name was not on the list
but the guard there assigned me a shared room with a Korean. I no longer knew
what would happen next. On the next day I found out that neither did the other
students have any idea what to do.
The
decision to register myself for this course was something spontaneous. I left
my job last May to travel. I won a scholarship to learn Mandarin in China starting
in September. I have a lot of free time until that month, and for some reason
non-stop travel has slowly become a tiring activity for me. Upon seeing on the
webpage of the University of Macau that the registration period for the summer
course had not ended yet, I decided to register. Spontaneous, yes it was, but
difficult, I do not think so. Considering how cheap it was, I did not have to
convince myself that hard.
To
enroll in the course, it was necessary to send the required documents either by
post or by email. I sent mine via email: a copy of my passport, application
form. I think there was nothing else. Half of the tuition was to be sent through
bank transfer. The rest was to be paid during the first three days of the course.
Upon doing this, I no longer received any news until I arrived here. It is a
bit strange but we were bound to receive a good explanation on the first day of
classes.
Since
we Filipinos do not need a visa to remain in Macau for a month, I went with
nothing more than a backpack and some books. Although it is already my third
time, it is actually the first in which I had to enter the city via the
airport. Before, I always came by ferry.
After
signing all the documents at the entrance of the dorm, I finally arrived at the
room where I met three Koreans, with one of whom I would be sharing the room
for an entire month. Tired, I lay on the bed thinking. Well, I came here to
learn Portuguese but until now I have not managed to converse in it with
anyone. Then the Korean came out of the bathroom. “Chamo-me Theo.” Portuguese
at last!
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